SC reforça vigilância para barrar gripe aviária no Estado após casos na Argentina e Uruguai.

Setor produtivo de SC e autoridades se reúnem quinzenalmente para desenhar ações; situação é considerada 'preocupante' para o setor econômico.

SC reforça vigilância para barrar gripe aviária no Estado após casos na Argentina e Uruguai.

A Cidasc (Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina) está reforçando medidas de vigilância para investigar supostos casos de gripe aviária em Santa Catarina. A doença não representa risco aos serem humanos, mas é letal às aves. Até então não há casos documentados em Santa Catarina.

Desde outubro de 2022 infecções foram registradas em pelo menos oito países da América do Sul – dentre eles Venezuela, Peru, Bolívia, Equador, Colômbia e Chile. Mais recentemente em vizinhos como Uruguai e Argentina. É a primeira vez que o surte atinge o continente.

Diante da proximidade da doença, a Cidasc aumentou a vigilância nas propriedades produtores em Santa Catarina e ampliou a realização de coletas nas aves. “Recebemos notificação de casos suspeitos de diferentes produtores”, explica Diego Rodrigo Torres Severo, médico veterinário e diretor de defesa agropecuária da Companhia.

Há cinco meses reuniões são realizadas quinzenalmente envolvendo o setor produtivo, por meio do, Sindicarne (Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados), Coesa (Comitê Estadual de Sanidade Avícola), com órgãos de governo estadual e federal, da iniciativa privada e  ICASA (Instituto Catarinense de Sanidade Agropecuária).

“Maior surto”

Apesar de não representar risco significativo aos humanos, a doença é letal para as aves – elas morrem ou precisam ser abatidas para conter a transmissão. A proliferação da doença geralmente ocorre pela migração das aves. Por conta da infecção, de caráter nervoso e respiratório, as aves se debatem e tem torcicolo.

Dentre os países vizinhos que documentaram casos, a Argentina registrou nove infecções da gripe aviária em aves até esta quarta-feira (22), de acordo com as autoridades. O país restringiu feiras de aves para conter a transmissão. O Uruguai confirmou o primeiro caso no último dia 15.

Severo explica que a doença é considerada endêmica na Ásia, mas se espalhou para outras regiões nos últimos anos. Surtos foram registrados na Europa e, desde o fim de 2014, na América do Norte. Em 2022 quase 60 milhões de aves morreram nos Estados Unidos por conta da doença, segundo a CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças).

Em outubro do último ano, os primeiros casos foram identificados na América do Sul – até então, o continente tinha identificado apenas uma infecção, no Chile, situação que fora controlada. A variante da doença em circulação no Continente é considerada de alta letalidade. “O Estado e o setor privado estão em em alerta”, destaca Severo.

Setor tem maior impacto no agronegócio de SC

O setor das carnes de frangos e derivados representa a atividade de maior impacto econômico do agronegócio de Santa Catarina. O Estado é o segundo maior produtor de aves no país, atrás apenas do Paraná. O Brasil, por sua vez, é o maior exportador do mundo, destaca Severo.

Em 2022, a exportação de carnes de frangos e derivados representou $ 2,196, segundo Observatório Agro Catarinense, do Cepa/Epagri (Centro de Socioeconômica e Planejamento Agrícola).

De acordo com Severo, a maioria dos casos [identificados na América do Sul] está restrita às aves silvestres [que vivem livres na natureza ou em quintais]. “Até então a doença não atingiu aves comerciais [cujas carnes são comercializadas ou fornecem ovos]”, destaca.

Sindicato simulou infecção

“Estamos ministrando atualizações aos produtores, fazendo comunicação para a população em geral, vinculando peças informativas nos meios de comunicação”, afirma Jorge Luiz de Lima, diretor executivo do Sindicarne.

Em novembro, um simulado de emergência sanitária foi realizado em Presidente Getúlio, no Vale do Itajaí. “Foi um simulado real que envolveu polícia e descontaminação. Fizemos o mais próximo de uma situação real. Estamos com toda a vigilância ativa pronta, fazemos nossas atualizações dos países vizinhos”, destaca Lima.

A influenza aviária é causada por um vírus que pode ser transmitido por ar, água, alimentos, materiais, contato com aves doentes e pessoas contaminadas. Ela é mortal para as aves e pode causar grandes prejuízos econômicos. Por ter potencial zoonótico, também pode contaminar humanos.

Estamos conversando com as secretarias dos outros estados, Paraná e Rio Grande do Sul. Nós temos divulgado material de vídeo, de áudio, material escrito e técnico também com orientações técnicas, o próprio Ministério da Agricultura também produziu material.

Orientações (Cidasc)

- Evite o contato de pessoas estranhas com as aves da sua propriedade;
- Evite o contato das suas aves com as aves de vida livre;
- Mantenha suas aves em área restrita, deixando a comida e a água em local protegido, sem acesso de aves de vida livre;
- Comunique a Cidasc caso perceba sinais nervosos, respiratórios e digestivos em suas aves, ou ainda o aumento de mortalidade nas suas aves ou nas aves de vida livre;
- Em caso de dúvidas, procure a Cidasc do seu município ou ligue 0800 643 9300.

 

 

 

 
 
 
Fonte: ND+
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