Santa Catarina tem quase 6 mil focos do mosquito Aedes aegypti. Municípios da região estão infestados.

Aumento foi de 46,7% no número de focos detectados em comparação com o mesmo período do ano passado.

Santa Catarina tem quase 6 mil focos do mosquito Aedes aegypti. Municípios da região estão infestados.
A Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE/SC) divulgou nesta quinta-feira (13) o boletim n° 03/2020 sobre a situação da vigilância entomológica do Aedes aegypti e a situação epidemiológica de dengue, febre de chikungunya e zika vírus, com dados até a Semana Epidemiológica (SE) n° 06 (29 de dezembro de 2019 a 08 de fevereiro de 2020).

No período de 29 de dezembro de 2019 a 8 de fevereiro de 2020, foram identificados 5.994 focos do mosquito Aedes aegypti em 144 municípios. Comparando ao mesmo período de 2019, quando foram identificados 4.085 focos em 132 municípios, observa-se um aumento de 46,7% no número de focos detectados.

Em relação à situação entomológica, até a SE nº 06/2020, são 99 municípios considerados infestados, o que representa um incremento de 28,6% em relação ao mesmo período de 2019, que registrou 77 municípios nessa condição. A definição de infestação é realizada de acordo com a disseminação e manutenção dos focos.  

Dengue

O boletim epidemiológico da DIVE utiliza as informações dos casos suspeitos notificados pelos municípios no Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN On-line). Esses dados estão disponíveis para os municípios, Secretarias Estaduais de Saúde e Ministério da Saúde. Diferente do Ministério da Saúde, que divulga os casos prováveis (todos os casos notificados, excluindo-se os descartados), a DIVE divulga os casos confirmados, suspeitos e descartados, por entender que dentre os casos prováveis, muitos estão aguardando resultados laboratoriais e investigação epidemiológica. A divulgação dos casos confirmados e descartados é feita após encerramento da investigação pelo município no SINAN On-line.

No período de 29 de dezembro de 2019 a 08 de fevereiro de 2020, foram notificados 428 casos de dengue em Santa Catarina. Desses, 52 (12%) foram confirmados (todos pelo critério laboratorial), 179 (42%) foram descartados por apresentarem resultado negativo para dengue e 197 (46%) estão sob investigação pelos municípios.

Do total de casos confirmados até o momento, sete casos são autóctones (transmissão dentro do Estado), 43 casos são importados (transmissão fora do Estado), um caso está em investigação de LPI e um caso é indeterminado pois não foi possível definir o LPI. 

Na comparação com o mesmo período de 2019, quando foram notificados 414 casos, observa-se um aumento de 3% na notificação de casos em 2020 (428 casos notificados).

Em relação aos casos confirmados, em 2020, até o momento foram confirmados 52 casos no estado, sendo que no mesmo período em 2019 haviam sido confirmados 24 casos. 
 
Febre de chikungunya

No período de 29 de dezembro de 2019 a 8 de fevereiro de 2020, foram notificados 52 casos de febre de chikungunya em Santa Catarina. Desses, 21 (40%) foram descartados e 31 (60%) permanecem como suspeitos.  

Em comparação com o mesmo período de 2019, quando foram notificados 84 casos de febre de chikungunya, observa-se uma redução de 38% na notificação de casos em 2020 (52 casos notificados).

Em 2020, até o momento, não foram confirmados casos no estado; no mesmo período, em 2019, havia sido confirmado três casos.

Zika vírus

No período de 29 de dezembro de 2019 a 08 de fevereiro de 2020 foram notificados 11 casos de zika vírus em Santa Catarina. Desses, seis (55%) foram descartados e cinco (45%) permanecem como suspeitos. 

Em comparação com o mesmo período de 2019, quando foram notificados 20 casos, observa-se uma diminuição de 45% na notificação de casos em 2020 (11 casos notificados).

O que é dengue?

Dengue é uma doença infecciosa febril causada por um arbovírus, sendo um dos principais problemas de saúde pública no mundo. Ela é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectado.

A infecção pelo vírus da dengue pode ser assintomática ou sintomática. Quando sintomática, causa uma doença sistêmica e dinâmica de amplo espectro clínico, variando desde formas mais leves (oligossintomáticas) até quadros graves, podendo evoluir para o óbito. Todos os quatro sorotipos do vírus da dengue circulantes no mundo (DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4) causam os mesmos sintomas, não sendo possível distingui-los somente pelo quadro clínico. O termo “dengue hemorrágica” deixou de ser empregado em 2014, quando o Brasil passou a utilizar a nova classificação da doença, que leva em consideração que a dengue é uma doença única, dinâmica e sistêmica. Para efeitos clínicos e epidemiológicos, considera-se a seguinte classificação: dengue, dengue com sinais de alarme e dengue grave.

Sinais e sintomas

Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40° C) de início abrupto, que tem duração de 2 a 7 dias, associada à dor de cabeça, fraqueza, a dores no corpo, nas articulações e no fundo dos olhos. Manchas pelo corpo estão presentes em 50% dos casos, podendo atingir face, tronco, braços e pernas. Perda de apetite, náuseas e vômitos também podem estar presentes.

Com a diminuição da febre, entre o 3º e o 7º dia do início da doença, grande parte dos pacientes recupera-se gradativamente, com melhora do estado geral e retorno do apetite. No entanto, alguns pacientes podem evoluir para a forma grave da doença, caracterizada pelo aparecimento de sinais de alarme, que podem indicar o deterioramento clínico do paciente.

Quadros graves

Sangramentos de mucosas (nariz, gengivas), dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, letargia, sonolência ou irritabilidade, hipotensão e tontura são considerados sinais de alarme. Alguns pacientes podem, ainda, apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade.

O choque ocorre quando um volume crítico de plasma (parte líquida do sangue) é perdido através do extravasamento nos vasos sanguíneos, ele se caracteriza por pulso rápido e fraco, diminuição da pressão de pulso, extremidades frias, demora no enchimento capilar, pele pegajosa e agitação. O choque é de curta duração e pode, após terapia apropriada, evoluir para uma recuperação rápida; mas, pode também avançar para o óbito, num período de 12 a 24 horas.

Qualquer pessoa pode desenvolver formas graves de dengue já na primeira infecção, apesar de isso ocorrer com maior frequência entre a 2ª ou 3ª infecção, devido à resposta imune individual. No entanto, crianças, gestantes e idosos, além daqueles em situações especiais (portadores de hipertensão arterial, diabetes mellitus, asma brônquica, alergias, doenças hematológicas ou renais crônicas, doença grave do sistema cardiovascular, doença ácido-péptica ou doença autoimune), têm maior risco de apresentar quadros graves de dengue.

Atenção: na presença de sinais de alarme, o paciente deve retornar imediatamente ao serviço de saúde.

Pessoas que estiveram, nos últimos 14 dias, numa cidade com a presença do Aedes aegypti ou com a transmissão da dengue e apresentarem os sintomas citados devem procurar uma unidade de saúde para o diagnóstico e tratamento adequados.

O que é febre de chikungunya?

É uma infecção viral causada pelo vírus chikungunya, que pode se apresentar sob forma aguda (com sintomas abruptos de febre alta, dor articular intensa, dor de cabeça e dor muscular, podendo ocorrer erupções cutâneas) e evoluir para as fases subaguda (com persistência de dor articular) e crônica (com persistência de dor articular por meses ou anos). O nome da doença deriva de uma expressão usada na Tanzânia que significa "aquele que se curva".

Pessoas que estiveram, nos últimos 14 dias, em cidade com a presença do Aedes aegypti ou com a transmissão da febre de chikungunya e apresentarem os sintomas citados devem procurar uma unidade de saúde para o diagnóstico e tratamento adequados.

O que é febre do zika vírus?

É uma doença causada pelo vírus zika (ZIKAV), transmitido pela picada do mesmo vetor da dengue, o Aedes aegypti, infectado. Pode manifestar-se clinicamente como uma doença febril aguda, com duração de 3 a 7 dias, geralmente sem complicações graves.

Segundo a literatura, mais de 80% das pessoas infectadas não desenvolvem manifestações clínicas. Porém, quando presentes, caracterizam-se pelo surgimento do exantema maculopapular pruriginoso, febre intermitente, hiperemia conjuntival não purulenta e sem prurido, artralgia, mialgia, edema periarticular e cefaleia. A artralgia pode persistir por aproximadamente um mês.

Orientações para evitar a proliferação do Aedes aegypti:

  •       evite usar pratos nos vasos de plantas. Se usá-los, coloque areia até a borda;
  •       guarde garrafas com o gargalo virado para baixo;
  •       mantenha lixeiras tampadas;
  •       deixe os depósitos d’água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas d’água;
  •       plantas como bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água;
  •       trate a água da piscina com cloro e limpe-a uma vez por semana;
  •       mantenha ralos fechados e desentupidos;
  •       lave com escova os potes de comida e de água dos animais no mínimo uma vez por semana;
  •       retire a água acumulada em lajes;
  •       dê descarga, no mínimo uma vez por semana, em banheiros pouco usados;
  •       mantenha fechada a tampa do vaso sanitário;
  •       evite acumular entulho, pois ele pode se tornar local de foco do mosquito da dengue;
  •       denuncie a existência de possíveis focos de Aedes aegypti para a Secretaria Municipal de Saúde;
  •      caso apresente sintomas de dengue, chikungunya ou zika vírus, procure uma unidade de saúde para o atendimento.
 
 
 
Fonte: Dive
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