Infraestrutura de transportes em SC precisa de R$ 18,4 bilhões até 2026, avalia Fiesc.

Agenda Estratégica da Indústria para Infraestrutura de Transporte e a Logística Catarinense foi apresentada com previsões de investimentos no setor.

Infraestrutura de transportes em SC precisa de R$ 18,4 bilhões até 2026, avalia Fiesc.

A Fiesc (Federação das Indústrias de Santa Catarina) apresentou nesta segunda-feira (5) a Agenda Estratégica da Indústria para Infraestrutura de Transporte e a Logística Catarinense. O estudo aponta que o Estado necessita de investimento de R$ 18,4 bilhões em infraestrutura de transporte entre 2023 e 2026 para alcançar um padrão considerado adequado de segurança e eficiência.
“Precisamos de muito investimento para que a gente possa retomar o crescimento do País”, afirma o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar.
O estudo, que considera todos os meios de transporte e todas as esferas de governo, além da iniciativa privada, estima investimento federal de R$ 5,43 bilhões, estaduais de R$ 7,54 bilhões, municipais de R$ 241 milhões e privados de R$ 5,2 bilhões.
Para aportes em transportes, a FIESC prevê R$ 14,5 bilhões em rodovias; R$ 1,72 bilhão no segmento aquaviário (que inclui portos); R$ 985 milhões no modal ferroviário, R$ 695 milhões no transporte aeroviário e R$ 510 milhões no sistema dutoviário.
Às rodovias federais, a FIESC defende que o ideal seja a aplicação de R$ 400 milhões (mínimo de R$ 250 milhões). Às estaduais, o valor recomendado é R$ 200 milhões (mínimo de R$ 120 milhões).

“No caso das rodovias, o montante é necessário para garantir o andamento de obras de duplicação e ampliação de capacidade”

Competitividade

“A melhoria da infraestrutura de transporte oferece segurança aos usuários e melhora a eficiência da economia, reduzindo custo de transporte, o que inclui menor tempo das viagens e menos gastos com combustível e manutenção. Para aumentar a competitividade da economia, o investimento feito na infraestrutura tem retorno com o aumento da arrecadação de impostos. Isso deve ser uma política de estado. Por isso, buscamos a sensibilização de nossa bancada federal e dos órgãos do poder executivo nesse debate”, acrescenta o presidente da FIESC.
Aguiar destacou que o Brasil ocupa a 59ª posição em competitividade entre 63 países. No plano da infraestrutura, o Brasil é 53º entre os mesmos 63 países.
“Santa Catarina fica na 19ª posição brasileira em termos de qualidade nas estradas, é o segundo estado em quantidade de acidentes, segundo em quantidade de acidentes com vítimas e o 4° em acidentes com mortes. De 2011 a 2021, tivemos 142,1 mil acidentes e 5 mil mortes nas rodovias federais em Santa Catarina”, observa o presidente da FIESC, que também citou pesquisa da CNT (Confederação Nacional do Transporte), segundo a qual 68% das rodovias de Santa Catarina estão avaliadas como péssima, ruim ou regular. A mesma pesquisa aponta o trecho catarinense da BR-163 como a pior rodovia federal do país.
O superintendente Regional do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte) em Santa Catarina, Alysson Rodrigo de Andrade, e o secretário de estado de Infraestrutura, Thiago Vieira, relataram as principais obras rodoviárias que os órgãos estão realizando no estado, em especial para a recuperação de rodovias danificadas por causa da chuva intensa da semana passada.

Agenda

Esta é a sétima edição da Agenda de Infraestrutura e Logística da FIESC. As sugestões elencadas são baseadas em discussões do Conselho Estratégico e a Câmara da FIESC para a Infraestrutura de Transporte e a Logística Catarinense, estudos e análises desenvolvidos pela FIESC, consultas às Vice-Presidências, Diretorias Regionais, sindicatos filiados à Federação, análises realizadas por consultores especializados, DNIT e Secretaria de Estado da Infraestrutura, entre outros.
A Agenda está organizada por modal de transporte e, para cada um, considera as matrizes Planejamento, Investimentos, Política e Gestão e o Dever de Casa (logística empresarial). Também compõem a agenda documentos específicos e relacionados com temas estratégicos, como a Agenda Portos – 2023 e propostas dos Grupos Técnicos BR-101 do Futuro e Corredores Logísticos Estratégicos Catarinense. Na matriz Investimentos são considerados valores estimados e sujeitos à alteração.

Destaques da Agenda por modal

Rodoviário

Há demanda emergencial de R$ 965,5 milhões por ano, considerando o valor necessário para o término da duplicação das BRs 470 e 280, terceiras faixas na BR 282, término da BR 285 e da ampliação de capacidade da BR-163.
Também há necessidade de investimento para a conservação, manutenção e restauração das rodovias federais e estaduais. É uma questão emergencial e de saúde pública pelos destaques que Santa Catarina ocupa nos índices de acidentes no ranking dos estados. Além disso, a precariedade das rodovias compromete a competitividade do Estado em setores como indústria, turismo, comércio e agricultura. Além de garantir o bom estado das rodovias, a conservação reduz a necessidade de investimentos posteriores na recuperação.
No caso das rodovias estaduais, a análise considera que sejam adequados R$ 200 milhões, mas não menos que R$ 120 milhões. É necessário esforço do governo estadual, como política de estado, para um programa de conservação, restauração e manutenção contínuo. De acordo com levantamentos da FIESC, há comprometimento de cerca de 60% das estradas estaduais.
Da mesma forma nas rodovias federais, para que, além da manutenção, o estado tenha melhorias como terceiras faixas para maior segurança e fluidez, o investimento ideal é de R$ 400 milhões anuais – no mínimo R$ 250 milhões.
A BR-101 está em destaque por apresentar uma situação crítica na sua eficiência nos trechos da Grande Florianópolis, Itapema, Balneário Camboriú, Itajaí e Joinville. Trata-se de investimento privado cujos projetos foram entregues para a ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre).
No caso do modal rodoviário, a Agenda de Infraestrutura da FIESC contempla também o programa de Humanização das Rodovias Catarinenses, com foco na educação no trânsito e na adequação de pontos críticos das rodovias com maiores índices de acidentes.

Aeroviário

A FIESC dá ênfase ao Plano Aeroviário (contratado), uma iniciativa do governo do estado. A expectativa é que esse resulte numa política de transportes de passageiros e de cargas e de aviação regional.

 

Portuário

É necessário dar celeridade aos processos de concessão dos portos de Itajaí, Imbituba e São Francisco do Sul e garantir os investimentos no aumento de calado para recepção de navios maiores, o que propiciará melhoria dos acessos terrestres e marítimos e ampliação de retroáreas.

 

 
 
 
Fonte: ND+
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