Fábrica da JBS no Oeste de SC é interditada por falta de medidas contra o coronavírus.

Ao menos 86 casos de covid-19 foram confirmados entre os trabalhadores da unidade em Ipumirim, segundo fiscalização do Trabalho.

Fábrica da JBS no Oeste de SC é interditada por falta de medidas contra o coronavírus.
Com 86 casos de coronavírus confirmados entre os trabalhadores do local, a unidade da JBS em Ipumirim, no Oeste de Santa Catarina, foi totalmente interditada nesta segunda-feira (18). A fiscalização foi feita pela Subsecretaria de Inspeção do Trabalho, órgão vinculado ao Ministério da Economia, e apontou ausência de medidas contra o avanço do coronavírus no ambiente de trabalho.

O local é um frigorífico de aves da Seara Alimentos e tem cerca de 1500 funcionários. Segundo os auditores-fiscais do trabalho, a fiscalização encontrou irregularidades no distanciamento seguro entre os trabalhadores na linha de produção e a inexistência de medidas de vigilância para controle do vírus. A unidade já vinha sendo monitorada, ao lado de outros frigoríficos na região, pelo risco de avanço do coronavírus nas indústrias.

A denúncia dos fiscais aponta aglomeração entre os trabalhadores em vários setores da produção, especialmente na sala de corte, onde os empregadores estariam trabalhando "ombro a ombro", com distanciamento inferior a 50 centímetros. Ainda conforme a fiscalização, foram identificados vários trabalhadores com sintomas gripais que poderiam ser de covid-19 e que não foram afastados do trabalho. A denúncia cita, inclusive, trabalhadores com exame positivo para o coronavírus que foram apenas medicados e seguiram trabalhando.

Os auditores citaram também que a empresa manteve em atividade mais de 40 trabalhadores que pertencem ao grupo de risco. O caso mais grave seria de um funcionário com hipertensão, que não foi afastado preventivamente, contraiu covid-19 e precisou ser internado e entubado por 10 dias.

Um inquérito civil para apurar as irregularidades no frigorífico de Ipumirim está em andamento na Procuradoria do Trabalho no Município de Joaçaba (PTM). Os procuradores responsáveis pela investigação, juntamente com o Projeto Nacional dos Frigoríficos, estão avaliando quais medidas serão tomadas a partir do fechamento da unidade. A empresa pode recorrer à Superintendência Regional do Trabalho, mas a ação não gera efeito suspensivo.

A suspensão das atividades dos frigoríficos no Oeste catarinense já havia sido ventilada nos primeiros dias de maio, após uma audiência pública na Assembleia Legislativa de SC (Alesc). Negada pela Secretaria de Agricultura de SC e por representantes do setor, a paralisação por 14 dias era defendida pelo Ministério Público do Trabalho.

Procurada pela reportagem do Diário Catarinense, a JBS emitiu uma nota. Confira o comunicado na íntegra:

"A JBS tem como objetivo prioritário a saúde dos seus colaboradores e adota um rígido protocolo de prevenção contra a Covid-19 em suas unidades. Essas medidas seguem as orientações dos órgãos de saúde e do Hospital Albert Einstein, além de especialistas médicos contratados pela empresa para apoiar na implantação de um protocolo robusto e necessário para proteção dos seus colaboradores.

Mediante os protocolos e medidas de prevenção já implantadas, a JBS reitera que suas operações seguem os mais elevados padrões de segurança para o setor frigorífico e refuta qualquer orientação em contrário bem como as medidas injustificáveis para suspensão das suas atividades, razão pela qual a empresa irá tomar as medidas judiciais cabíveis para retomada das suas operações em Ipumirim.

São 25 anos de história dessa unidade com a comunidade de Ipumirim e, somente nessa fábrica, a empresa emprega mais de 1400 pessoas. Diariamente, a unidade de Ipumirim processa 135 mil aves. Com a suspensão dessa operação, é inevitável que a cadeia de produção, incluindo os 240 produtores rurais da região, também tenha que suspender suas atividades, o que poderá trazer graves consequências no âmbito social, econômico, sanitário e de abastecimento à população. A interrupção das atividades na cidade promove um clima de instabilidade perante todos os colaboradores e comunidade que, de forma direta e indireta, se relaciona e depende do funcionamento da unidade.

Lamentamos profundamente toda essa insegurança e que não reflete a realidade das operações e das medidas implementadas na unidade em Ipumirim. Nossos esforços se somam ao enorme orgulho e confiança em tudo que fazemos e da relevância do nosso trabalho para levar o alimento às famílias do mundo inteiro, especialmente nesse momento tão delicado na vida de todos e em que o alimento é tão fundamental."
 
 
 
Fonte: NSC
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