Como o La Niña pode impactar a agricultura de SC em 2024

Fenômeno ainda não tem estimativa de época para ocorrer, mas pode provocar estiagem e reflexos em cultivo de grãos

Como o La Niña pode impactar a agricultura de SC em 2024

Após um ano com fortes efeitos do El Niño, com chuvas acima da média e sucessivas enchentes, Santa Catarina se prepara para outro fenômeno climático que pode causar reflexos no Estado em 2024: o La Niña.

O fenômeno consiste no resfriamento excessivo das águas do Oceano Pacífico, o oposto do que ocorre no El Niño. A consequência do La Niña, em vez de chuvas excessivas, é a falta de chuvas e processos de estiagem em Santa Catarina, que podem afetar especialmente a agricultura.

Ainda não há definição sobre quando o La Niña pode começar a produzir efeitos no Estado. Uma reunião do Fórum Climático Catarinense feita nesta semana apontou que ainda é cedo para indicar quando o fenômeno começa. Por enquanto, é o El Niño quem ainda está em cena. Ele deve perder força a partir de março, e dar origem ao período de neutralidade, que antecede a transição para o La Niña.

Quando chega La Niña?

Alguns modelos, no entanto, indicam que o La Niña pode ter início em outubro, época da primavera. Se isso acontecer, o efeito pode ser menor, já que essa estação tem historicamente um volume de chuvas alto, que poderia compensar os reflexos de tempo seco do La Niña.

 

A época em que o La Niña começa a ter efeitos sobre o clima de Santa Catarina é determinante para projetar quais os reflexos que ele pode causar para a agricultura do Estado. O analista de Socioeconomia da Epagri, Haroldo Tavares Elias, explica que se isso ocorrer no meio do ano, no período de inverno, não deve provocar muitas consequências. Isso porque culturas desta época do ano, como o trigo, exigem pouca água para dar resultados.

No entanto, se esse início de incidência do La Niña se postergar e resultar em estiagens nos meses de setembro e outubro, no período da primavera, pode afetar o período do plantio das chamadas safras de verão, com culturas como milho, soja e arroz.

— Se uma eventual estiagem se prolongar para setembro, outubro, quando ocorre a implantação das lavouras de verão, é mais impactante. Outro aspecto desta safra de verão é que se der 15, 20 dias sem chover, tem [problema] o transporte de água para as agroindústrias, que já tiveram registros disso em anos anteriores — explica.

Esquemas para reserva de água

A principal medida apontada por especialistas da Epagri para prevenir prejuízos com estiagens no Estado é a instalação de sistemas de reserva de água, com açudes e cisternas, e de irrigação das plantações. Essas soluções podem ajudar a acumular água para plantações e hidratação de animais nos períodos de seca. A Secretaria de Estado da Agricultura desenvolve programas para estimular investimentos nessas áreas.

 

Além disso, outras medidas mais simples são indicadas pelo órgão de pesquisa e extensão. Entre elas estão fazer a semeadura de forma escalonada, utilização de espécies com ciclos diferenciados e mais tolerantes à seca e a realização de adubação adequada e em maior profundidade. Também é reforçado o alerta para evitar queimadas.

Para quem já possui os sistemas de armazenamento e irrigação, a recomendação é fazer a manutenção regular dos equipamentos.

A agricultura de Santa Catarina já sofreu com estiagens em anos anteriores. Na safra 2021/2022, os prejuízos chegaram a R$ 4,2 bilhões, segundo levantamento do governo do Estado. Os principais danos foram nas lavouras de milho, soja e feijão. Uma força tarefa chegou a ser montada em fevereiro de 2022 com caminhões-pipa buscando água do Rio Uruguai para abastecer mananciais da cidade e, por consequência, as propriedades de agricultores e agroindústrias.

NSC

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