Agronegócio terá um 2020 promissor e carnes continuarão caras.

A previsão é do vice-presidente da Faesc.

Agronegócio terá um 2020 promissor e carnes continuarão caras.
Mais uma vez, o agronegócio vai salvar a balança comercial e boa parte do crescimento do Brasil no ano de 2020. Esse cenário positivo é destacado pelo vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Faesc), Enori Barbieri, que vê até uma euforia do setor diante de tantas oportunidades. 
 
Mas se é bom para o produtor, preocupa o consumidor. De acordo com Barbieri, que acompanha atentamente o setor de commodities no Brasil e exterior , os preços das carnes, que subiram acima do esperado em 2019, seguirão elevados em 2020 por dois motivos: altas exportações porque a China seguirá comprando muito, e pelo maior preço do milho, que encarece a produção de frango e suíno. Segundo ele, entre os produtos que seguirão baratos estão o arroz e o leite porque dependem apenas do mercado interno. 
 
-No setor de carnes tivemos um marasmo até junho, com exportações normais. A partir daí dois fatores mudaram todos o cenário brasileiro e mundial. Tivemos a alta do dólar no Brasil, que passou de R$ 3,80 para mais de R$ 4 e o aumento das exportações. Saiu a notícia de que o foco de peste suína africana havia afetado até 60% do rebanho da China. Aí passamos a ter um incremento de exportações. Cada mês que se passava a gente foi vendo que a China demandava mais e mais – recorda Barbieri. 
 
Para se ter ideia do tamanho do impacto no mercado internacional, o vice da Faesc destaca que a produção mundial de carne suína girava em torno de 114 milhões de toneladas por ano. A China produzia e consumia cerca da metade disso, 57 milhões de toneladas/ano. Mesmo assim, importava um pouco. Com o problema sanitário, perdeu cerca de 30 milhões de toneladas e passou a comprar mais carnes no mercado internacional. Como o mercado global gira em torno de 8 milhões de toneladas de carne suína, o gigante asiático passou a comprar mais carne bovina. 
 
O Brasil produz 4 milhões de toneladas de carne suína e exportará este ano perto de 1 milhão. Desse total vendido lá fora, Santa Catarina responde por cerca de 55%. Neste ano, até novembro, o Estado exportou 373 mil toneladas de carne suína, com aumento de 14,3% em volume frente ao mesmo período de 2018. Como os preços subiram no exterior, os produtores de SC também passaram a ganhar mais. O quilo do suíno vivo estava em R$ 4 e subiu para R$ 6. Por isso, carne suína e produtos industrializados de carne tendem a custar mais ao consumidor.  
 
Carne bovina
Como o consumidor chinês trocou a carne suína pela bovina e não pela de frango, os preços subiram para o consumidor do mundo todo. O preço médio em Santa Catarina subiu 30,81% nos últimos 12 meses até novembro, segundo dados da cesta básica apurada pelo Dieese. Foi a maior alta média do Brasil no período. 
 
Segundo o vice-presidente da Faesc, apesar dessa alta expressiva, o preço dos cortes nobres segue defasado frente à inflação porque ficou estagnado desde 2010. Naquele ano, a arroba do boi era vendida no Brasil por R$ 150. Agora em novembro chegou aos R$ 150 novamente mas, pela inflação, deveria custar R$ 250. 
 
O Brasil produz cerca de 10 milhões de toneladas de carne bovina e vai exportar neste ano perto de 2 milhões, observa Barbieri. Ele avalia que os cortes mais nobres seguirão caros, mas, fora disso, os consumidores encontrarão cortes com preços mais acessíveis.
 
Alta do milho
Mais uma vez, o preço do milho é motivo de grande preocupação para as agroindústrias e vai resultar em custo maior ao consumidor. De acordo com o vice-presidente da Faesc, o Brasil colheu uma safra 2018/2019 recorde do produto, cerca de 101 milhões de toneladas. Mas consome 65 milhões e exportou 40 milhões, o que significa que vai faltar produto agora no mercado. As grandes empresas estão importando, enquanto as pequenas têm mais dificuldades. 
 
O preço da saca, que está em R$ 50, pode subir até para R$ 60. Como o milho é o principal alimento de aves e suínos, esses produtos terão preços mais elevados em 2020.  
 
 
 
Fonte: DC
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