Selic sobe para 7,75%: veja o que muda no crédito e no investimento.

Sequência de altas no juro básico encarece os financiamentos e deixa as aplicações em renda fixa mais atrativas.

Selic sobe para 7,75%: veja o que muda no crédito e no investimento.

A sequência de altas na Selic tem efeito no acesso ao crédito e nos investimentos no país. Nesta quarta-feira (27), o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), elevou o juro básico em 1,50 ponto percentual. Com o reajuste, a Selic subiu para 7,75% ao ano. Essa é a sexta alta seguida na taxa.

A tendência é de o juro mais alto elevar o custo do crédito. Por exemplo, consumidores e empresas que buscam financiamento para adquirir bens deparam com taxas mais elevadas em um cenário de Selic mais alta. O impacto também é sentido no cheque especial e no rotativo do cartão de crédito, mecanismos usados com maior frequência em períodos de crise e de renda corroída pela inflação. 

Já no âmbito dos investimentos, o juro básico em patamares mais altos torna mais atrativo o aporte na renda fixa. Esse movimento ocorre porque a Selic é referência para aplicações financeiras de renda fixa. 

— Se de um lado a alta de juro eleva o custo do crédito, vai ficar mais caro para financiar um carro, um imóvel, usar o cheque especial, cartão de crédito, isso também tem influência direta nos investimentos — afirma o diretor-executivo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira. 

Valter Bianchi Filho, sócio-diretor da Fundamenta Investimentos, afirma que o aumento da taxa de juro desestimula a circulação de dinheiro na economia. 

— O juro nada mais é do que o preço do dinheiro. Se você sobe a taxa de juro na economia, mais dinheiro tende a ficar investido para pegar juros e menos dinheiro tende a circular — explica Bianchi Filho. 

O aumento da Selic em patamar mais elevado já era esperado por parte do mercado. A perspectiva de inflação persistente, pressionada pelo perigo de furo do teto de gastos, é um dos fatores que justificam o reajuste mais robusto, segundo especialistas.

Algumas simulações com a Selic mais alta 

CRÉDITO

Cheque especial

Uso por 20 dias de R$ 1 mil

Com Selic de 6,25%
Taxa mensal: 7,48%
Valor do juro: R$ 49,87

Com Selic de 7,75%
Taxa mensal: 7,60%
Valor do juro: R$ 50,67
Elevação de R$ 0,80

Cartão de crédito rotativo

Utilização do rotativo por 30 dias de R$ 3 mil

Com Selic de 6,25%
Taxa mensal: 12,76%
Valor do juro: R$ 382,80

Com Selic de 7,75%
Taxa mensal: 12,88%
Valor do juro: R$ 386,40
Elevação de R$ 3,60

Juros do comércio

Compra de uma geladeira de R$ 1,5 mil em financiamento de 12 meses

Com Selic de 6,25%
Taxa mensal: 4,88%
Valor da parcela: R$ 168,09
Valor total: R$ 2.017,14

Com Selic de 7,75%

Taxa mensal: 5,00%
Valor da parcela: R$ 169,24
Valor total: R$ 2.030,86
Elevação no mês: R$ 1,14
Elevação total: R$ 13,72

INVESTIMENTO

Como ficaria uma aplicação financeira no valor de R$ 10 mil pelo prazo 12 meses com Selic de 7,75% ao ano

Poupança antiga
Rendimento: R$ 617,00
Total aplicado: R$ 10.617,00

Poupança nova
Rendimento: R$ 543,00 
Total aplicado: R$ 10.543,00

Fundo de investimento com taxa de administração de 0,5% ao ano
Rendimento: R$ 579,00
Total aplicado: R$ 10.579,00

Fundo de investimento com taxa de administração de 1% ao ano
Rendimento: R$ 541,00
Total aplicado: R$ 10.541,00

Fonte: Anefac

 

 
 
 
Fonte: Gaúcha/ZH
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