Manifestação pede socorro para a BR-163 no Extremo-Oeste.

Entidades e população organizam manifestação para o dia 16 de dezembro, para cobrar o início da revitalização da rodovia que está em péssimas condições.

Manifestação pede socorro para a BR-163 no Extremo-Oeste.

Há anos a BR-163 sofre com o descaso. Não só a rodovia, mas principalmente os moradores daquela região que usam o trecho para se deslocar a trabalho, ou ainda para o escoamento da produção da agroindústria catarinense, tão elogiada em todo País. Mas para quem precisa passar diariamente por lá, o sentimento é de abandono e constante medo em função das péssimas condições do trecho.

Foi esse sentimento que motivou empresários, clubes de serviço e a comunidade a se mobilizarem para, na próxima segunda-feira (16), fazerem um ato em protesto sobre as condições da rodovia. Um dos organizadores do movimento, Evandro Rech, do Lions Clube de São Miguel do Oeste, destaca que o protesto é para cobrar o início da obra de revitalização da rodovia. “Já teve empresa que começou e abandonou no meio do serviço, uma obra malfeita. Agora teve nova licitação, com empresa vencedora. Mas eles ainda não receberam nem o valor referente ao projeto que terá que ser refeito”, comenta. “Essa rodovia é um corredor por onde passa a produção do Estado, também de turistas e pessoas que precisam se deslocar para trabalhar. É um movimento muito grande. E ela está mal sinalizada, em precárias condições, sem acostamento. Quem já passou sabe o quanto ela é perigosa e temos números assustadores de acidentes e mortes”, alerta. 


Mobilização
Por isso, toda comunidade está mobilizada para o protesto, marcado para o dia 16 de dezembro a partir das 17h. “Será um movimento pacifico na rodovia, mas os motoristas que quiserem parar e se juntar a nós, será muito importante”, disse. Neste dia, o comércio também deverá fechar as portas mais cedo para se unir. Segundo Rech, a manifestação ocorrerá em dois pontos: no trevo de entroncamento da BR-282 e BR-163 em São Miguel do Oeste, e também em São José do Cedro.

“Também estamos fazendo um abaixo assinado, coletando assinaturas digitais e físicas, juntando imagens da rodovia, dados da produção da região. O comércio e a cidade estão mobilizados. Acreditamos que milhares de pessoas participarão”, estimou. 

Cruzes e acidentes

No sábado (7), os membros da organização do protesto fizeram a colocação de mil cruzes com faixas pretas, sinalizando os acidentes e as mortes registradas no trecho, além de cartazes e faixas de protesto, com os dizeres: “SOS BR-163” e “Sem asfalto, sem voto”. Além disso, outdoors estão colocados em vários pontos da região. 

Abaixo-assinado

Um abaixo-assinado está em andamento nas redes sociais e o objetivo é coletar o maior número de assinaturas possível para mostrar a indignação da região com as condições da rodovia e a falta de recursos para a obra de revitalização. “Estamos buscando uma audiência com o ministro da infraestrutura para levar essas assinaturas e as fotos da situação da rodovia”, explica Evandro. Para assinar, basta clicar aqui

Relembre

Os problemas na BR-163 se arrastam há décadas. A rodovia, construída na década de 1980, é uma das mais movimentadas da região, escoando a produção agroindustrial catarinense, também como rota para deslocamento de quem vai para outras regiões do País. Pessoas que precisam se deslocar para o trabalho e turistas também enfrentam os desafios de transitar pelo trecho. 

Se a situação é precária em dias secos, em períodos chuvosos o drama se intensifica, por conta dos buracos, pouca sinalização e falta de acostamento na rodovia. Em 2013 foi assinado um contrato com a empresa Sulcatarinense para reforma na rodovia, no valor de R$ 110 milhões. A obra que tinha previsão para ser concluída em 2015 foi abandonada pela empresa, com menos de 40% executados.

>> O drama dos motoristas da BR-163 << 

Rescisão e condenação

Depois de anos de impasse, em 2018 foi rescindido o contrato com a empresa Sulcatarinense, que recentemente foi condenada pela Justiça Federal, por danos materiais e danos morais coletivos pelo abandono da obra. Pelos danos morais, foi condenada a pagar R$ 15 milhões. Já o valor dos danos materiais ainda precisa ser levantado pelo DNIT em conjunto com o Ministério Público Federal. 

Nova empresa

Em 2019, a empresa TORC – Terraplenagem, Obras Rodoviárias e Construções venceu a licitação para a execução das obras na rodovia. Entre as mudanças, a principal delas é o valor, que saltou de R$ 110 milhões – pelo qual a Sulcatarinense deveria executar a obra - para R$ 210 milhões. Outra mudança – um dos fatores do encarecimento da obra – foi a execução da pavimentação da rodovia em concreto, que trará maior durabilidade e menor custo de manutenção para o local. A previsão é da utilização de placas de concreto de 22cm de espessura. 

Sem dinheiro

Apesar da nova empresa já ter sido escolhida para fazer a obra, o problema agora é financeiro. A elaboração do novo projeto tem custo de R$ 6 milhões. Mas apenas R$ 900 mil estão alocados para esta etapa. Segundo o DNIT, o contato com a empresa prevê que a TORC tem seis meses para a elaboração do projeto. Com isso, a expectativa é que ele seja finalizado até o mês de fevereiro. O repasse dos recursos do projeto, segundo o órgão, ocorrerá somente após a apresentação do novo projeto ao DNIT e aprovação. 

No entanto, não há informações concretas sobre a previsão de recursos para a obra em 2020. O que se sabe, segundo o DNIT, é que não há previsão na lei orçamentária do ano que vem para a obra. Mas os recursos poderiam vir por meio de emendas parlamentares. 

 

 

Fonte(s): Diário do Iguaçu.
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