Falta de medicamentos essenciais em hospitais deixa SC em alerta.

Falta de medicamentos essenciais em hospitais deixa SC em alerta.
Hospitais em Santa Catarina têm enfrentado dificuldade em adquirir medicamentos considerados essenciais, como dipirona e soro fisiológico, e se mantêm em alerta para os estoques. Em Florianópolis, a rede pública municipal de saúde já relata falta de 22 remédios.
Entre eles, está a dipirona injetável de centros de saúde e policlínicas, segundo consta em relatório da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da última sexta-feira (22). O medicamento é diferente do que é comercializado em farmácias, mas também é indicado para dor e febre.
Ainda em Florianópolis, o Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (HU-UFSC) afirma já fazer uso racionalizado e ter se abastecido com compras diretas para evitar a falta dos remédios — outra parte dos repasses vem de compra centralizada em Brasília pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que controla a unidade.
— Temos os itens em estoque em razão de termos feito alguns planos de contingenciamento no momento em que percebemos pela indústria que existia essa possibilidade da cadeia logística ser afetada e haver uma redução nos pedidos — disse a chefe do setor de farmácia hospitalar da unidade, Sammara Tavares.
A nível estadual, o governo afirmou, em comunicado na sexta, também manter os seus estoques em dia até então, mas enfrenta dificuldades, principalmente, nas aquisições de dipirona e soro fisiológico.  A Secretaria Estadual de Saúde (SES) disse buscar compras emergenciais e importação de produtos.
A reportagem retomou contato com a pasta após Florianópolis relatar escassez, mas ainda não obteve retorno sobre os remédios que chegariam por envio do governo estadual. As três esferas de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) — município, Estado e União — têm responsabilidades sobre a gestão e compra de medicamentos.
As unidades particulares e filantópricas catarinenses também têm lidado com o problema, segundo o presidente da Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de Santa Catarina (Fehoesc), Giovani Nascimento. A maior dificuldade está na aquisição, segundo ele.
— O problema não é só a escassez, é a majoração de preço desse material. É isso o que nos tem assustado. A gente tem orientado que os hospitais façam um estoque regulador maior do que já possuem até passar esse clima de instabilidade — afirmou o líder da entidade, que representa cerca de 220 hospitais, além de clínicas e laboratórios.
A crise se estende ao país todo e é relatada até em maior gravidade em outros Estados. Ainda no início de março, o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) já havia notificado o Ministério da Saúde sobre a baixa nos estoques de medicamentos injetáveis, citando também a ocitocina, hormônio que acelera o parto, e a neostigmina, para musculatura de pacientes que foram sedados.
A escassez é associada à baixa na produção pela indústria devido ao encarecimento dos insumos, com custos pressionados, entre outros fatores, até pela guerra na Ucrânia, que dificulta as importações entre os países em meio às sanções econômicas.
A alta no custo da produção ainda gera desinteresse das fabricantes já que reduz a margem de ganhos delas, uma vez que os preços dos medicamentos no país são regulados pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed).
O orgão especial tem participação de vários ministérios do governo federal e também da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com quem o Ministério da Saúde afirmou, em nota à reportagem, trabalhar para resolver o problema.
"O Ministério da Saúde trabalha sem medir esforços, em conjunto com a Anvisa, para verificar as causas e articular ações emergenciais para mitigar o desabastecimento dos medicamentos citados [injetáveis]", escreveu.
Ao longo da pandemia, o país enfrentou outras crises de fornecimento de medicamentos devido a flutuações da indútria e do mercado, como de sedativos no auge das internações com pacientes entubados por Covid-19. No período, hospitais têm se organizado para dividir estoques e mitigar efeitos, o que também ocorre em Santa Catarina, segundo agentes do setor relataram à reportagem.
 
 
 
Fonte: Diário Catarinense
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